domingo, 23 de novembro de 2014

O tempo suspenso das trocas preciosas


Ontem vivi meu primeiro dia como verdadeira intercambista. Fui com meus colegas da Be Mundus para uma visita turística guiada organizada para os intercambistas Erasmus.
Durante o passeio, o simpático guia Dino nos mostrou parte da Roma medieval. Igrejas antigas e, em cada detalhe delas, uma interessante história ou curiosidade.
Foi incrível. Essa é a Roma que quero viver, que quero conhecer. Não a única, mas uma das.
O passeio terminou no Trastevere, um bairro conhecido como o mais badalado de Roma para comer, beber e se divertir.
Ali o guia nos deixou. Conhecemos três estudantes Erasmus franceses e com eles fomos atrás de um “aperitivo” (você pede um drink da casa e pode comer à vontade do buffet).
Foi uma experiência incrível, aquela noite com os franceses. Conversamos sobre tudo. Fiz uma das francesas experimentar uma caipirinha. Enquanto eu tomei uma piña colada e o Rodrigo pediu um daqueles grandes chopps alemães. Diversidade se fazia presente.
Cada um com sua história, mas todos querendo ali a mesma coisa: conhecer pessoas, línguas, culturas diferentes. Aprender.
Em vim para Roma estudar a educação europeia, e ontem já aprendi muito sobre a educação francesa. Primaire, élémentaire, lyceo e, depois do bac (vestibular), a facoltà. Tudo gratuito. E são todas escolas de excelência no ensino básico, me disse Eva. Na faculdade, é o inverso: as faculdades gratuitas não são lá muito boas, e as melhores são as voltadas ao “Business”.
Sim, a lógica do Brasil está às avessas no que diz respeito à educação – e consequentemente a todo o resto.
Quanto às línguas estrangeiras, os alunos terminam o ensino básico sabendo ao menos um pouco de duas línguas além do francês. Aos 12 anos, se escolhe entre inglês e alemão. Alguns anos depois, pode-se escolher também entre italiano e espanhol.
Martin me disse que isso não funciona muito bem. Porque os professores e alunos são desinteressados e as turmas têm cerca de 40 alunos, tornando difícil o ensino de uma língua.
Ainda assim, eles estão aqui, usando o italiano que aprenderam na escola.
E eu, tento me virar e conseguir discernir as línguas na hora de falar. Mas sem muito sucesso. Português, inglês, italiano, francês. Tudo se misturou na noite de ontem. Bem ou mal, funcionou. Nos entendemos todos, 4 brasileiros e 3 franceses, e ficamos contentes pelo passeio.
A vida de intercambista começa aqui.



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